segunda-feira, 4 de novembro de 2019

Gelo

Congelo ao te olhar
Percebendo o medo
Desfoco meu mirar
Sabendo que tudo
Pode não passar
De uma invenção
Do meu coração
Ao te notar.

Sonhar

Sonhar é captar
A energia do ser
Concentrar lugar
Fazer aparecer
Todo o seu dia
Sem esquecer
Que a alegria
De se sonhar
Dá se o lugar
Para planejar
E seu sonho
Concretizar.

A morte do diabo

O diabo caba safado
Achou a humanidade
Então viveu na cidade
Mas vivia bem calado
Ate descobrir a bebida
Então a obra do diabo
Começou logo a beber
Mas se sentia brabo
Começou logo a fumar
Pois era de se fazer
Mas o que o diabo
Nunca ousou saber
Naquele momento
Tal acontecimento
Havia então ocorrido
O diabo virou mortal
E bastava um punhal
Para a vida se esvair
Então no domingo
Para poder distrair
Estava logo o diabo
Rindo, a beber, fumar
Conhecido na cidade
Ate que a rivalidade
Levou ao triste fim
O Deus enciumado
Trouxe ao seu lado
Jovem cangaceiro
Deus o trapaceiro
Pediu sua morte
Rio Grande do Norte
Foi onde o encontrou
O diabo riu e vomitou
Enquanto aplaudiam
Cuspiu no cangaceiro
Mas na imortalidade
Essa tal realidade
Acabou por mudar
Um punhal no peito
Fez o diabo chorar
Pediu por perdão
Por desacreditar
No belo humano
Que viu no ano
O diabo morreu
O céu escureceu
Mesmo malvado
O diabo era o tal
E houve enterro
Aqui eu encerro
O conto infernal
Diabo era imortal
Feliz no seu final.



Não sei

Agora não sei o que escrever
Por que diabos devo ter
Esta caneta na minha mão?
Uma chuva de emoções
Sentimentos e sensações
Rugem na minha mente
Mas eu pacientemente
Tento me manter são
Diante de tanta informação
Às vezes eu me pergunto
O que eu devo fazer ?
Tenho um plano traçado
Mas não estou conformado
Com o que devo me ater
Mas como tudo na vida
Tenho medo que uma ferida
Possa me desvanecer
Não podendo crescer
Parando de ser aquilo
Que querem que eu seja
Mas ser quem eu realmente sou
Colocar para fora
Sem muita demora
Toda a minha vontade

sábado, 2 de março de 2019

Eu mesmo

Eu quero fazer o que der na telha
Sem ter alguma pessoa pentelha
Olhando torto para nós
Eu quero ser fogo na sua lareira
Ser feliz na minha carreira
Isso tudo que eu sempre quis
Mas pena que meu país
Ou minha própria pessoa
Não seguem numa boa
Agora só vivo infeliz
Pois mesmo estando no tédio
Como muitas outras pessoas
Que não conseguem ser o que querem.

Pipoco

Minha vida estava mal
Não me sentia normal
Eu estava tão arrasado
Minha mente travou
Não sabia onde parou
Mas como um pipoco
Do nada você apareceu
Meio que me entendeu
E te entendi um pouco
Estava meio louco
Caso tenha percebido
Estou muito agradecido
Por esse ano contigo
Você é sensacional
E com um pipoco desses
Não há outro igual.

Escolhas

Olá! Não te encolhas
Ao fazer as escolhas
Que você precisar
Somos feito bolhas
De sabão ao ar
Precisamos nos moldar
Ao que a vida nos dá
Por isso, não te encolhas
Siga as suas escolhas
Com a mesma paixão
De uma noite de emoção
Não largue a mão
Com o que você escolher
Pois é assim que tu vai viver.

Eu não sei rimar

É isso mesmo, você não está enganado
Parece besteira, mas na verdade não é
Eu escrevo, escrevo, escrevo com a fé
De que um dias minhas rimas tenham dado
Certo ao menos uma vez na vida
E que se não der, não se torne ferida
Que ao longo dos anos eu lamente em pé
Mas se eu não rimar, há outro jeito de lidar
Amar, o mar, andar, tudo o que dá
Falar, cantar, estudar e só viver
Porque a vida é uma poesia sem rima
Em que a gente precisa ir pra cima
E construir nosso ritmo de ser
Não apenas estando ali à mercê
Do que a vida quiser te ceder.

Mudado

Mudo eu era, mesmo sem deficiência
Fruto de uma enorme e triste carência
De que o que eu fazia ou como me sentia
Não pudesse ou trouxesse animação.
Alegria, compaixão e emoção
Para nosso relacionamento neste momento
Mudo eu era, não por necessidade
Mas por achar que nessa idade
Seria maduro o suficiente a escutar
E de um modo pudesse externar
Minhas opiniões e as decisões
Sem me meter em várias confusões
Ao tentar te fazer feliz e alegre
Fazendo chorar ao invés de sorrir
Mudo eu era, por inexperiência
De tal modo que nem a ciência
Soube mesmo me diagnosticar.

Não morra

Não morra pelo outro
Não morra em vão
Não morra, só pense
Antes de qualquer ação
Não viva pra agradecer
Mas viva o que merecer
E se isso não te bastar
Tente então reconsiderar
O modo de você lidar
Com o que está em você

Escrevo

Escrevo por ser meu jeito de expressar
Tão bom e bem formado quanto falar
Escrevo pela minha vasta necessidade
De poder aos poucos com vivacidade
Traduzir aquilo que está na mente
De um modo um tanto pertinente
A minha timidez e minha vaidade
Escrevo pois meu ego não é inflado
Mas por muitas vezes destroçado
Devido ao que minha própria mente
Plantou na minha cabeça a semente
Junto com outros ao meu redor
A semente da dúvida, a pior
Mas agora a hora de escrever
Dará lugar a fala e a construção
De um homem capaz da afirmação
- Hoje eu me sinto imponente
 E crente do meu próprio poder.

Calado

A animosidade de viver
Está ligada ao meu crescer
É saber como as coisas vão
Como é que elas realmente estão
Sem que eu fique perdido
Acuado em meu ser iludido
Achando que o que me foi submetido
Só se resolve de uma maneira
Pensando que era só besteira
E eu não deveria me preocupar
Que eu deveria me esquecer
E de tal modo não me importar
Mas agora estou acordado
Apesar de eu estar calado
Ainda posso te escutar
Se prepare quando eu falar
Pois os mais silenciosos
São aqueles de matar

Ônibus

Coletivo do dia-a-dia
Onde diabos estaria
A uma hora dessas?
Seus pedestres anseiam
Por vezes até esperneiam
Pela sua breve chegada
Com toda a alegria
De quem o dirigia
Ao apelo do cobrador
Em pedir ao senhor
Dizendo não ter trocado
Não teria imaginado
O velho então cansado
A raiva que ia passar

Erro fatal

Hoje é um dia normal
Que deixei para o final
E acabei me dando mal
Meus punhos se fecham
Batem bem no chão
Não dizem a emoção
E o sentimento que tive
Foi tudo ao contrário
Do que eu esperei
Foi uma tristeza
Um erro fatal
Levou nosso encontro
A ser o final.

Amigos

Amigos vem e vão
Como uma solução
Para a nossa solidão
São nossos ouvintes
Jurados, sabintes
Dos problemas da vida
Alguém vai falar
Que consegue ficar
Sozinho a tocar
O barco da vida
Mas assim é sofrida
E qualquer ajuda
É muito bem vinda.