Para todos que me apreciam
Agradeço de coração
Para todos que me odeiam
Continuem onde estão
Pois seu ódio por mim não é nada
É simplesmente triste essa jogada
Para tentar me enfraquecer
Pra quem não me conhece
Ou queria me conhecer
Não tenha medo de mim
Só saiba que você me vê
E esse daí sou eu
Não gostou? Problema seu
Pois tem quem goste de mim
E que está bem a fim
De ficar bem comigo.
É um blog que mostra pensamentos aleatórios onde procuro o melhor pensamento. Realmente é um tiro no escuro...
sexta-feira, 13 de julho de 2018
Merda
Um gole de cerveja e um maço de cigarros,era tudo que Larry precisava naquele momento. Gostava de beber uísque e vodka mas estes eram privilégios que ele só tinha no final do ano quando juntava alguns trocados do seu emprego. Era pobre demais para ter essas regalias a todo o tempo, inclusive tendo que sacrificar a bebida em troca de anéis de fumaça que o enchia de prazer e aliviavam todo o cansaço no final do dia mas, no dia de hoje, merecia não só uma cerveja, uma rodada paga pelos amigos, pois conquistou um dos clientes considerados inacessíveis pelo escritório de advocacia no qual trabalha. Piscou os olhos, na primeira piscada estava no bar, na segunda estava no banheiro, na terceira ouviu gritos de dor e na quarta já estava em casa, sem saber muito bem o que acontecera na noite anterior. A notícia que correu pelo escritório veio rapidamente e Larry cada vez mais temeroso do que poderia ter feito: sua chefe foi estuprada na noite anterior e tentou cometer suicídio. Um dos principais suspeitos do crime era Larry que não maneirava na putaria com aquela mulher. As cenas se repetiam diariamente e por meses Sara se sentia cada vez pior por achar que seria só aquilo, uma puta, uma mulher para foder e não ser mostrada, corroendo cada vez mais os seus pensamentos. Cada um no escritório falava o quanto era safada, quantos boquetes pagou para ser a principal força do escritório, quantas vezes ela não era qualificada para aquele cargo (grande parte dessas pessoas que falavam isso eram mulheres que tinham inveja de seu corpo e de sua inteligência) e sentia como era presente o nojo por parte dos funcionários e a felicidade de outros.
A língua
A língua em que tu fala
É a mesma que abala
Toda a minha estrutura
De um modo perdura
Me fazendo te entender
Fazendo que essa língua
Seja a mesma que a minha
E de certo jeito caminha
Para um belo amanhecer.
É a mesma que abala
Toda a minha estrutura
De um modo perdura
Me fazendo te entender
Fazendo que essa língua
Seja a mesma que a minha
E de certo jeito caminha
Para um belo amanhecer.
quarta-feira, 27 de junho de 2018
A história de um caolho
Eram quatro da manhã e eu já estava me preparando para não sair da cama, mas o despertador tocou e, antes que isso me fizesse matar alguém naquele dia, resolvi levantar e jogar o despertador pela janela: - Foda-se essa merda - era o que eu dizia depois de jogar fora o terceiro despertador do mês e me arrepender amargamente. Dei uns tapas no rosto para tentar acordar, vi que minha cara estava mais maltratada que uma velha no asilo e resolvi então tentar sorrir, saiu meio amarelado mas já servia pro gasto. Comecei a tirar a pouca barba que eu tinha, mas eu sempre me cortava no início ou no final desse processo, o que me deixava puto até umas horas. Tomei um banho, passei um desodorante, coloquei meu uniforme do trabalho, um relógio que comprei no mercado por 1,99 e desci pra pegar o que sobrou da minha "máquina de raiva", como eu carinhosamente chamava o meu despertador. Percebi então que meu despertador tinha caído na cabeça de uma pessoa que passava pela calçada, o pedestre caiu no chão e estava desmaiado, aparentemente com um afundamento de crânio. Percebi que a inquilina, dona do prédio que eu moro, estava sendo entrevistada e foi a primeira pessoa a prestar socorro enquanto os outros viam aquela cena e só se preocupavam tirar fotos e gravar vídeos para seus perfis do Instagram, Facebook, Twitter. O título "O tempo voa" foi o mais acessado naquela manhã nos jornais, revistas, rádios e na própria internet, e eu apenas via tudo aquilo como um bando de animais estúpidos que só se preocupavam com eles mesmos mas, mesmo assim, entrei no meu Corsa 2002 e fui em direção ao meu trabalho na Ediotra Polanski. No caminho, resolvi escutar algo na rádio mas a notícia do relógio despertador não saida da boca do povo, em outra rádio os apresentadores agradeciam o governo pelo empenho em melhorar o estado e a meter pau no prefeito da cidade
- Mas que merdinhas escrotos! Babam nas bolas do governador só porque têm rabo preso com ele e ainda recebem dinheiro dele como putinhas... Mas quando é pra falar do prefeito vocês tiram as pregas dos seus cus para criarem culhões de falar merdas dele... aí depois são presos, morrem e não sabem o porquê - o relógio do rádio marcava seis horas
- Mas que porra! Como eu demorei duas horas pra sair? -
Foi aí que eu percebi que algo estava errado, coloquei as mãos no meu rosto e percebi que algo faltas, sim, faltava o meu olho direito, retomei a memória para as primeiras horas da manhã e me dei conta de não perceber várias coisas do meu quarto, não acreditei e olhei no espelho e percebi, estava caolho, onde antes havia um olho castanho claro só sobrou um buraco, comecei a ficar desesperado, parei o carro e pensei logo em ir ao médico. Comecei a olhar no celular o hospital mais próximo e avisei pra minha família. Ao chegar no hospital, vi que meu caso não era tão grave quanto os outros que estavam por lá, tinha uma criança com um dardo na cabeça, um caçador com a perna quase se soltando do resto do corpo, por causa de um ataque de urso, um traficante que estava algemado à sua maca que tomou três tiros mas continuava vivo e acordado e falando em delírio
- Mãe, eu prometo que vou te tirar dessa vida!
Então começava a chorar e gritar. A enfermeira chamou meu nome que poucas vezes eu já havia sido chamado, Rafael, e então eu cheguei ao consultório médico e ele me analisou da cabeça aos pés com um olhar pensativo e de dúvida:
- Infelizmente, Rafael, o seu olho diminuiu rapidamente a ponto de sumir e, meu jovem, essa não é a única coisa que pode desaparecer em seu corpo, mas suas pernas, braços e vários outros órgãos vão sumir.- disse o médico
- Mas não há nada que eu possa fazer para que isso pare? - perguntei
- Olha, você até pode procurar outros médicos, mas a sua situação dentro de duas semanas fará com que todos os seus órgãos diminuam e, eventualmente, você vai morrer. Desculpe eu não poder fazer nada, mas isso é o melhor que eu posso fazer.- respondeu com imenso pesar.
Resolvi então tentar procurar outros médicos mas a minha voz, no mesmo dia, já estava diminuindo e eventualmente iria sumir. Assustado com minha situação, fui até a minha família e com a pouca voz que me restara, disse o que antes não consegui dizer: disse o quanto amava meus pais, meus irmãos, meus amigos, meus filhos do meu primeiro casamento e até a minha ex-mulher que tanto me apoiou em momento importantes da minha vida, disse a importância de todos em cada momento que participou da minha existência e então minha voz sumiu. Logo, minha mão esquerda foi o próximo membro a se reduzir e aos poucos sumir no final da noite. Fiquei em meu antigo quarto na casa dos meus pais e fui alimentado por minha mãe. Passados sete dias, já tinha perdido os braços, a voz, a perna esquerda, pés, mãos, língua, e só vivia de alimentos líquidos, aprendi a escrever com o único pé que me restava e estou aqui, entristecido, por já ser meu último dia de vida, já não consigo mais enxergar, nem tocar e por isso eu te dou o adeus antes da minha presença se despedaçar, obrigado por ler a minha história.
- Mas que merdinhas escrotos! Babam nas bolas do governador só porque têm rabo preso com ele e ainda recebem dinheiro dele como putinhas... Mas quando é pra falar do prefeito vocês tiram as pregas dos seus cus para criarem culhões de falar merdas dele... aí depois são presos, morrem e não sabem o porquê - o relógio do rádio marcava seis horas
- Mas que porra! Como eu demorei duas horas pra sair? -
Foi aí que eu percebi que algo estava errado, coloquei as mãos no meu rosto e percebi que algo faltas, sim, faltava o meu olho direito, retomei a memória para as primeiras horas da manhã e me dei conta de não perceber várias coisas do meu quarto, não acreditei e olhei no espelho e percebi, estava caolho, onde antes havia um olho castanho claro só sobrou um buraco, comecei a ficar desesperado, parei o carro e pensei logo em ir ao médico. Comecei a olhar no celular o hospital mais próximo e avisei pra minha família. Ao chegar no hospital, vi que meu caso não era tão grave quanto os outros que estavam por lá, tinha uma criança com um dardo na cabeça, um caçador com a perna quase se soltando do resto do corpo, por causa de um ataque de urso, um traficante que estava algemado à sua maca que tomou três tiros mas continuava vivo e acordado e falando em delírio
- Mãe, eu prometo que vou te tirar dessa vida!
Então começava a chorar e gritar. A enfermeira chamou meu nome que poucas vezes eu já havia sido chamado, Rafael, e então eu cheguei ao consultório médico e ele me analisou da cabeça aos pés com um olhar pensativo e de dúvida:
- Infelizmente, Rafael, o seu olho diminuiu rapidamente a ponto de sumir e, meu jovem, essa não é a única coisa que pode desaparecer em seu corpo, mas suas pernas, braços e vários outros órgãos vão sumir.- disse o médico
- Mas não há nada que eu possa fazer para que isso pare? - perguntei
- Olha, você até pode procurar outros médicos, mas a sua situação dentro de duas semanas fará com que todos os seus órgãos diminuam e, eventualmente, você vai morrer. Desculpe eu não poder fazer nada, mas isso é o melhor que eu posso fazer.- respondeu com imenso pesar.
Resolvi então tentar procurar outros médicos mas a minha voz, no mesmo dia, já estava diminuindo e eventualmente iria sumir. Assustado com minha situação, fui até a minha família e com a pouca voz que me restara, disse o que antes não consegui dizer: disse o quanto amava meus pais, meus irmãos, meus amigos, meus filhos do meu primeiro casamento e até a minha ex-mulher que tanto me apoiou em momento importantes da minha vida, disse a importância de todos em cada momento que participou da minha existência e então minha voz sumiu. Logo, minha mão esquerda foi o próximo membro a se reduzir e aos poucos sumir no final da noite. Fiquei em meu antigo quarto na casa dos meus pais e fui alimentado por minha mãe. Passados sete dias, já tinha perdido os braços, a voz, a perna esquerda, pés, mãos, língua, e só vivia de alimentos líquidos, aprendi a escrever com o único pé que me restava e estou aqui, entristecido, por já ser meu último dia de vida, já não consigo mais enxergar, nem tocar e por isso eu te dou o adeus antes da minha presença se despedaçar, obrigado por ler a minha história.
Assinar:
Postagens (Atom)