quarta-feira, 25 de março de 2015

Um dia qualquer - Parte 3 - A ascensão

Nada parecia ser animador para a vida de José, acabava de perder o emprego, o aluguel estava atrasado e sua mulher até então Josefa desistiu de viver junto a ele. Possuía os contatos mais importantes da cidade mas a maioria deles tratava de negócios ilegais, geralmente com algo ligado a drogas, milícias, tráfico de pessoas e grande parte do transporte das armas compradas ilegalmente, esse era um dos motivos para Josefa alertar José do perigo que até então tinha. Olhando para trás, José pensa como chegou até esse determinado ponto da sua vida. Na infância se juntou a uma turma de pessoas que participavam de rituais de uma nova religião pagã, em que várias pessoas se banhavam com a urina da vítima, depois cortavam os pulsos da pessoa antes dela ser sacrificada, cada pessoa participava de uma das etapas do ritual. Nesse momento a pessoa encontrada para esse ritual era uma prostituta russa que veio ao Brasil fugindo do resquício da antiga KGB , Helen. Tudo estava ocorrendo normalmente, quando em um determinado momento a puta até então não havia oferecido muita resistência, em um súbito instante, ela consegue se desamarrar e corre para pedir ajuda. Agora era o momento mais tenso daquela noite de uma segunda-feira e a prostituta conseguiu pedir ajuda , mas a ajuda até então chegou tarde demais, o corpo da russa estava ensanguentado e com cortes no antebraço, o rosto manchado de sangue e apenas um suspeito com uma faca cravejada no coração da vítima e um círculo místico desenhado embaixo dele, alguns papéis com palavras de outra língua e vários traços demonstrando o que cada pessoa deveria falar... esse caso foi conhecido como Massacre Tradicional pelo fato da maioria das vítimas serem pessoas que abusavam dos pecados capitais e traziam até então, a necessidade de limpar da sociedade todos esse pecadores. Claro que o caso nunca chegou a ser julgado, pelo fato da maioria das crianças que ali participavam pertenciam a famílias muito ricas e bem influentes na cidade. A ascensão de José Ramos ocorreu então desde a sua infância com um estímulo dos seus colegas acabou se tornando um dos maiores chefes do crime da cidade de São Paulo, até que um dia conheceu Josefa. Josefa era uma garçonete num bar próximo ao seu primeiro e único trabalho legal, ele então sempre ia ao bar e pedia um cuba libre e fazia uma piadinha " Cuba não está livre dela mesma" e a garçonete sempre ria um pouco, ria mais por se sentir atraída por ele do que pelo próprio sentido.

Até que um dia José resolve convida-la pra sair para um jantar e descobre que ela então queria ser atriz mas não conseguiu apoio da família e fugiu procurando realizar seu sonho, fez todos os tipos de testes mas não tinha qualquer qualificação até então, mas naquele momento em que José tinha convidado pra sair ela iria pra o primeiro teste que ela realmente memorizou. Então houve o primeiro sucesso da vida de Josefa, feliz e contente, queria então comemorar com a pessoa que mais lhe agradava, José. Toda essa situação parecia feliz e tranquila, até que José descobre a gravidez de Josefa depois de uma semana, além disso, havia rumores de que alguns traficantes não haviam recebido uma encomenda feita por José e então havia o medo e a ansiedade, essa dualidade de sentimentos com o objetivo de José proteger a sua família e deixar essa vida de cão. Para resolver o problema com o tráfico, José se entrega a polícia buscando proteção e em troca ele poderia ajudar a prender os traficantes que estavam atrás dele e assim tranquilizar a cidade por um tempo,. Josefa acreditava estar segura e por um longo tempo eles viveram acreditando no sistema de proteção, mas nem tudo na vida são flores. Numa manhã de domingo os policiais escoltaram José, Josefa e sua filha Maria que já tinha 4 anos até um supermercado local, um homem então encarou de longe e começou a falar ao telefone logo após a entrada no mercado... A merda estava prestes a acontecer e aconteceu. Junto do homem que havia ligado vieram mais outros dois carregando pistolas automáticas e um tinha uma escopeta nas costas.

Os policiais prontamente atiraram mas logo foram alvejados e apenas um deles conseguiu sobreviver e se esconder, quanto aos três membros da família eles estavam escondidos debaixo da área das frutas, só que por descuido de Josefa, Maria acabou saindo curiosa e alegre querendo brincar, mas os estranhos não estavam pra brincadeira e cruelmente um deles pegou a escopeta e atirou na cabeça de Maria fazendo com que seus miolos respingassem sobre a pele de Josefa que então histérica saiu do esconderijo chorando e perguntando o porquê de tanta maldade, Josefa e José então estavam indo de encontro aos traficantes mas o policial sobrevivente solicitou mais viaturas para o local, fazendo com que uma delas batesse de frente com o carro dos comparsas dos traficantes, Josefa não parava de tremer, não falava nada, murmurava algo sem sentido, José então tentou acalma-la já que a polícia tinha resolvido o assunto e descoberto onde o traficante estava graças ao principal investigador do caso, Carlos Muralha ou o pequeno Stalin contemporâneo.

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