Japatu era um menino muito doido, passeava pelos bosques tropeçando em raízes das árvores que ali estavam dispostas. Não sei se é um devaneio de uma mente permeada por drogas alucinógenas, mas trata-se de um jovem que vive em uma vila denominada Coioiá. A vila era comandada pelo cacique daquela tribo chamado Goré. Nada poderia trazer tristeza para aquele povo, havia festa, danças típicas juntamente com a utilização dos animais em tais rituais, uns choravam junto aos seus filhos que até mesmo de certo modo conseguia assusta-los e outros tratavam de aproveitar o encontro da tribo para a procura de uma parceira para comemorar com uma bela transa. Japatu era o mais jovem da tribo, parecia não ter nenhum tipo de habilidade que pudesse distingui-lo dos demais. Enquanto outros possuíam força, agilidade, habilidade com armas, Japatu simplesmente parecia ser aquele espírito de porco que não conseguia nada. Muitos dos seus parentes já pensavam em abandoná-lo logo após o seu fracasso em demonstrar apenas fraquezas, o que tornava o jovem muito vulnerável aos ataques inimigos.
Então ocorreu a Segunda Guerra Indígena entre os povos Coioiá e os Cabaná. Tratava-se de uma disputa de territórios longa, já havia sido incorporada à rivalidade desde a Primeira Guerra Indígena. Um dos motivos para o primeiro embate foi o rapto de uma das filhas do chefe da tribo rival Coioiá pelo fato de que a mulher prosseguia incitando o desejo pelo corpo dela, porém quando o índio chegava ao seu encalço, a índia logo o rejeitava. Com isso, os Coioiá destruíram as plantações de mandioca da tribo rival, além de que colocaram fogo nas ocas dos indígenas rivais. Irado, o cacique da tribo dos Cabaná resolveu responder mas de uma forma mais sangrenta, assassinando a filha do pajé com o objetivo de demonstrar que a tribo não estava de brincadeira e exigia a troca da mulher ou a guerra não se encerraria.