quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Justiceiro Cibernético

Ao acordar nessa segunda me senti animado para ir ao colégio ( parece até mentira), tomei meu banho e já estava procurando o café da manhã antes que qualquer outra pessoa da casa pudesse acordar, o ônibus já buzinava esperando minha chegada. Subi e já me recordava do motivo de tanta alegria, era Camila que me esperava no fundo do ônibus. Era uma menina linda, olhos castanhos, pele branca como a neve  e cabelos castanho escuros o que deixava cada dia de minha vida mais interessante. 

Conversávamos sobre todo tipo de assunto no caminho do colégio, desde ficção científica até filmes de ação, havia tentativas de teorias criadas por mim e outras criadas por ela para explicar muitas coisas do dia-a-dia, um grande exemplo seria a teoria do não, adotada por ela que trazia o pensamento de que cada não recebido na semana poderia gerar duas vezes mais sim na outra semana, não sei de onde ela tirou isso. Porém por ela ser bem bonita acabava trazendo inveja aos olhos das outras garotas gerando ódio, surgindo o bullying com a exclusão e agressão física, coisa que ocorria diariamente. Quando voltava pra casa eu não sabia o motivo das cicatrizes que apareciam em seu rosto, ela me dizia que havia tropeçado e caído em cima de alguns equipamentos enquanto passeava pelo ginásio, eu fingia acreditar, mas sabia que algo estava errado.

Hoje seria o dia para falar o que eu sentia por ela, porém era o mesmo dia que eu iria perceber até onde o ser humano pode chegar para perturbar outro. Fui tentar conversar com ela por uma rede social, acabei descobrindo que sua conta fora roubada e suas fotos substituídas por fotos constrangedoras, o que me deixou bem intrigado. Nesse dia acabei passando pelo colégio mais cedo e percebi que havia um grupo de garotas rindo na sala de informática e que estavam conectadas com a conta da menina que eu gostava. Naturalmente fiquei com raiva daquele ato humilhante e fui até a casa de Camila para poder consolá-la. Bati na porta e Suzana, a mãe de Camila, atendeu e disse que ela estava no quarto e que não havia saído desde o dia anterior. Quando subi e tentei abrir a porta do quarto observei que havia um peso escorando a porta, quando abri olhei e vi que havia uma corda pendurada sob o ventilador de teto e Camila havia cometido o suicídio. Longos dias de silêncio seguiram logo após o enterro, Suzana não conseguia entender como aquilo havia acontecido, sempre estava lá para ajudar sua filha, porém não fazia ideia de que estava sofrendo tanto. 

Não consegui sair de casa logo após a morte, só conseguia pensar na cena que me entristecia cada vez mais, tratei logo de ligar o computador pra sair da rede que havia gerado toda a confusão, porém fiquei muito nervoso quando me recordei da risada enérgica da garota ao perceber o sofrimento alheio, eu estava pronto para vingar a morte da querida Camila. Procurei usar o codinome Thrash na internet para hackear e tirar o mal alheio pela raiz, qualquer tipo de chacota exacerbada fará com que você seja alvo de mim, portanto, cuidado ao curtir o sofrimento alheio, pois as outras pessoas que caçoaram não voltaram para contar história...



domingo, 15 de junho de 2014

A parabólica

Crianças eram guiadas pelos pais, suas crenças aprofundadas no colégio e as mentes distraídas assistindo televisão, mexendo com a mente de cada um, tudo culpa minha, da parabólica. Antigamente minha transmissão já era comemorada com propagandas, programas, toda a novidade que sempre parece atraente aos olhos dos espectadores, apesar de ser controlada por poucos e minha programação ser escolhida a dedo. Não importava o modo de viver da pessoa naquele local, quando a televisão ligava,  tudo mudava ao longo do tempo: seus costumes, gostos, para se adequar ao horário da programação ou à procura de se enquadrar ao padrão televisivo. Na atualidade, minha função transmissora, em si , não é discutida, mas sim a influência do que eu transmito para o público e o resultado de tal fato.

Um dos muitos exemplos da minha influência foi a consolidação de um padrão de beleza na televisão, criado e espalhado por vários meios de comunicação, acabando sendo uma peça chave no ramo televisivo. De um certo modo, promovendo a indústria da beleza composta por empresas de cosméticos e farmacêuticas, proporcionando a oportunidade de ser igual ao padrão demonstrado na tela da TV. Eu falo, confirmo e admito, não sou culpada por isso, só transmito informações para os televisores. O problema é de quem cria o conteúdo, seleciona e distribui, além dos pais que não fiscalizam e acabam deixando os filhos assistirem coisas inapropriadas para a idade deles.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Ser humano

Você já deve estar cansado dessa mesma baboseira que uso no início não é? Então vou reformular minha introdução... Coloquei várias espécies em extinção, manipulo muitos dos meus semelhantes, gosto de ser humano, caramba comecei do mesmo jeito não é? Pois bem eu sou o ser humano. Nasço,cresço, evoluo, envelheço e acabo morrendo. Nasci no planeta Terra, meio desengonçado, sem saber muito bem onde eu estava ou o que deveria fazer, só tinha fome. Na Idade da Pedra ou no tempo dos Flintstones, a minha principal fome foi a de comida e surgiu a fome de terra, não sabia falar direito, vivia com medo do mundo e comecei a lutar. Já na Idade Média a fome de terra se intensificou e a fome de pensamento trouxe umas baboseiras que foram espalhadas no mundo... uma tal de religião junto com filosofias de vida...

Essa fome gerou guerras e toda a sacanagem que você pensar. Na Idade Moderna eu estava esfomeado e acabei com todo tipo de fome possível: fome de terra, fome de pensamento e uma sede de sangue. Por fim chegamos a idade contemporânea onde o homem parece ter saciado sua fome e sede, ou será que nós seres humanos sempre estivemos famintos e sedentos porém resolvemos ocultar tais sentimentos para somente demonstra-los agora? Cabe ao homem agora demonstrar sua real natureza, se é a de um ser destruidor ou de um espécime sedento e esfomeado por várias coisas. Essa é a verdadeira face do ser humano, isso é o que significa ser humano.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Um dia qualquer - Parte 2- O ceifador

A vida de Pedro não estava muito boa naquele momento. Preso, acusado de ter matado seu melhor amigo foi apenas uma simples obra do acaso. Aliás, Pedro não fora condenado apenas pelo assassinato de Xavier, mas ele também foi associado a vários outros casos pelo fato dos policiais terem identificado ele como o Ceifador, assassino que utilizava apenas armas brancas e ficava conhecido por levar as almas para o inferno. Havia momentos na infância em que ele apenas ficava "fora do ar", se perdendo em seus próprios pensamentos, isso fazia com que ele agisse por alguns segundos sem mesmo perceber.

Uma semana antes da prisão de Pedro, estava um grande investigador que acabava de ser rebaixado por indisciplina para um simples cargo de escrivão "Fiz o que devia " era o que ele falava. Seu nome? Juca Meneses. Chegou ao cargo de investigador com ajuda de seu pai, ex-delegado ,Carlos "Muralha" Meneses. Carlos era um cara "curto e grosso" como diriam os seus antigos parceiros de investigação, tinha um metro e cinquenta e oito, um bigode a lá Stalin e uma voz de tenor que ecoava por todos os lugares que ele passava.
Havia em sua personalidade uma sede por casos que o levava às vezes ao extremo na busca pelos criminosos, isso poderia ter lhe causado uma demissão pelo fato de que isso poderia leva-lo a falhas , porém ocorreu exatamente o oposto uma promoção o levou ao cargo de delegado, pelo grande sucesso em suas investigações, transformando um mero investigador em um respeitado e famoso delegado reconhecido na cidade de São Paulo.

Juca não era realmente respeitado antes de ser rebaixado, pois todos sabiam como ele havia chegado àquele cargo, tal conquista só foi possível pela ajuda do seu pai. Existia um esquema criado pelos policiais militares para que um policial comum chegasse a uma promoção, era uma questão simples e fácil que poderia ser resolvida em algumas horas, bastava que um superior (comprado) ligasse para alguns de seus amigos policiais, haveria um assassinato feito por eles e o cenário já estaria todo forjado para que Juca fosse o primeiro a chegar a cena do crime podendo investigar e entregar pessoas que estavam próximas daquele local, elas sem nenhum álibi seriam presas, auxiliando a ascensão do policial ao posto de investigador.

No dia do crime...

Já se passaram seis dias desde que Juca fora rebaixado, não aguentava mais ouvir sermão do chefe, afinal ele não queria estar lá. Juca estava realmente querendo voltar ao cargo de investigador e para isso precisaria "lavar" a mão de alguns. Primeiro foi o novo delegado que havia substituído seu pai, chamava-se Alberto Vonelllo e já se destacava na polícia por ser o Mão Molhada, acreditava-se que em toda sua carreira ele já havia recebido propina de oitenta e cinco policiais e naquele momento até aceitava cartão. Depois foram os quatro policiais militares: Roberto Prado "Calcinha" conhecido pelas suas atuações como travesti na boate "Sun" local muito frequentado por policiais,estava nesse outro emprego para complementar a merreca de salário que ele ganhava , chegamos ao Manuel Leão o policial mais clássico da corporação , famoso por ser um grande soldado do exército e chamado para muitas campanhas, porém por ser um cara muito orgulhoso desacatou ordens de seus superiores pedirem algo que ia contra os princípios desse senhor, acabou saindo do exército sendo chamado pelo Vonello para se tornar um policial militar,não aceitava qualquer tipo de propina, acaba de completar sessenta anos e se considera o cara mais honesto da cidade.

Aparece aqui também um policial chamado Ted, um americano do Texas que nunca conseguiu passar num exame para se tornar policial. Após uma visita ao Brasil de férias, aproveitou para ver como funcionava a polícia de São Paulo e percebeu uma oportunidade, foi o primeiro a molhar com grana internacional a mão de Alberto, com o intuito de mostrar ao seu pai Jack que ele poderia se orgulhar do filho pelo menos uma vez. O último e mais temido do grupo é o Celso, foi treinado para ser um espião e utiliza de todos os métodos legais (ilegais também) para pegar não somente o criminoso mas quem vai contra suas ideias, trabalhou como torturador na Ditadura e ao final desta achou uma brecha em meio a queda do regime militar queimando toda prova que ligasse ele ao DOI-CODI. Por último um membro fantasma que só o Muralha até então conhecia e que estava por trás dessa papagaiada toda.

Vinte minutos antes do crime...

O grupo agora estava chegando ao local da armação, agora todos os quatro possuíam codinomes para que seus nomes não fossem colocados em uma ficha criminal. Seriam os quatro cavaleiros do apocalipse trazendo para o mundo uma nova realidade. Quando eles chegavam era um sinal de que a merda já estava quase feita. Um dos cavaleiros mais habilidosos organizou todo o esquema, seu codinome seria "Morte" representado pelo Celso. Arquitetou todo o plano para a captura e execução de um civil para que não houvesse pistas relacionadas ao grupo. Observou uma ruela bem interessante onde todo o fato poderia ser forjado e uma outra pessoa seria culpada. Para que não tivesse outra testemunha além da desejada a Morte fez questão de escolher um horário de pouco movimento e que todo o seu plano pudesse funcionar corretamente sem nenhum problema.

Agora o trabalho de executar estaria nas mãos de "Guerra" representado sabiamente pelo Manuel Leão, com sua experiência bélica ele conseguiu escolher a arma certa e o melhor jeito de matar um civil deixando outra pessoa para sofrer as consequências da prisão. Por último mas não menos importante estão Roberto Prado e Ted com seus codinomes "Fome" e "Praga" que teriam a função de serem os responsáveis por denunciar a pessoa que acabava de ser enganada pelo projeto chamado "Apocalipse". Toda essa baboseira de quatro cavaleiros do apocalipse havia sido uma ideia cogitada pelo Manuel devido a sua religiosidade e fixação no Apocalipse, o último livro da bíblia. Primeiramente uma mulher entrou no beco ,mas não sozinha, estava com a família pegando um atalho para o lugar onde estava o carro, depois veio a vítima perfeita um cara que estava saindo no horário do almoço junto de seu amigo de trabalho, agora era só colocar em prática o que fora planejado.

Manuel mesmo sendo um cara senil ainda possuía habilidades afinadíssimas de combate, esperou os dois entrarem no beco e no meio do caminho utilizou-se de uma faca de açougueiro acertando a jugular do rapaz, mas a reação da outra pessoa que estava com ele foi inesperada, o amigo com raiva do assassino começou a tentar esmurrar Guerra mas não havia muito o que fazer se o amigo não cooperasse a missão seria falha, então Guerra, impaciente, decide dar uma facada no peito do homem que estava tentando se defender.

Quando os "Quatro Cavaleiros" já esperavam a merda escorrer pelas suas mãos, eis que surge então a testemunha que salvou a carreira do cara que não possuía qualquer autoridade no departamento, descobriu-se que a vítima do assassinato trabalhava próximo daquele local, se chamava Xavier e quem havia encontrado o corpo era o amigo dele Pedro.Após a chegada dele ao local do crime, Fome se organizava pra ligar para Juca e Praga arrumava o carro para que os dois pudessem fugir rapidamente do local, Pedro quando tentou sair do local viu a testemunha ligar para a polícia e pimba, gol para Juca Meneses.

Foi feita uma festa pelos ajudantes do novo delegado ,mas não por Juca recuperar seu emprego, a festa seria para aqueles que estavam felizes pela missão bem feita.

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Memória

Oi, sabe quem sou? Não se lembra? Pois esta é minha função, reter informações para que você possa utilizá-las posteriormente... Muito prazer sou a memória. Trago a tona recordações boas, ruins, sou usada frequentemente nos computadores, porém eles não se abatem do mesmo modo que os seres humanos. Alguns acham que simplesmente podem me apagar, porém ,seres humanos não são computadores, eles não podem me excluir de suas mentes, ao invés disso, eles ocultam dificultando a possibilidade de me achar.
O fato é que eu sou uma coisa boa, pois armazeno informações importantes que o homem e até o computador utilizam, posso até produzir recordações não muito agradáveis, mas ,o importante é relembrar essa parte ruim de mim que foi implantada e superar tal fase. Afinal, não se pode viver remoendo partes minhas o tempo todo, pois a vida continua e sou apenas um fato produzido daquele momento, não sou algo contínuo, podendo ao longo do tempo ser ultrapassado.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Paciência

Poucos possuem parte de meu poder, sou essencial para solucionar problemas complexos, muito prazer sou a Paciência. Alguns já criaram um jogo em minha homenagem, sou crucial em situações perigosas. A utilização excessiva do meu poder transformará o usuário em uma pessoa feliz, pois como não irá se importar com muitas coisas que ouve, fará uma seleção do que irá ou não escutar facilitando não apenas sua vida mas também a das pessoas que vivem com ele. Viva a mim!